Uma nova greve dos caminhoneiros pode acontecer em Janeiro!
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| Camihoneiros estão convocando nova greve para 22 de janeiro (Leonardo Benassatto/Reuters Foto: Revista Veja |
Caminhoneiros autônomos começam a organizar por
meio de grupos de WhatsApp uma nova paralisação da
categoria contra o descumprimento do piso mínimo do frete. A greve está
prevista para 22 de janeiro, dois dias depois de reunião que deve ocorrer na
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutir o reajuste da
tabela.
Para encerrar a greve dos caminhoneiros em maio, o governo Michel
Temer aceitou uma série de exigências, como a criação da tabela com preços
mínimos do frete e a redução do preço do diesel. O problema, segundo lideranças
da categoria, é que a maioria das empresas descumpre o tabelamento e não sofre
nenhuma punição, pois falta fiscalização da ANTT. “Pouquíssimas empresas pagam
o piso mínimo, talvez uns 2%. O restante continua igual, paga o que quer”,
afirma Ivar Luiz Schmidt, porta-voz do Comando Nacional do Transporte.
Agora, os caminhoneiros querem que a ANTT condicione a emissão do
código identificador de operação de transporte (Ciot) ao cumprimento da tabela
de piso mínimo do frete. Sem esse código, o caminhão não pode carregar a carga.
Bruno Tagliari, uma das lideranças dos caminhoneiros no Sul do
país, diz que o novo protesto será pacífico. “A orientação é que o caminhoneiro
pare em casa ou em algum posto de parada na rodovia. Que não interrompa o
trânsito nas estradas.”
Segundo ele, a data de 22 de janeiro foi escolhida porque seria o
tempo necessário para discutir o piso mínimo do frete, que será alvo de uma
reunião no dia 20. “Se nada for feito até o dia 22, vamos ter que parar.”
Tagliari afirma que o descumprimento da tabela está colocando os
caminhoneiros autônomos em situação de penúria. “Pela primeira vez, vou ter que
escolher neste fim de ano se pago as parcelas do pneu ou se faço ceia e compro
presente de Natal para minhas filhas. A situação é assim com todo mundo, não
sobra nada no fim do mês.”
De acordo com o caminhoneiro, o aviso de paralisação está sendo
disseminado em grupos de WhatsApp com grande apoio dos profissionais. “Não
temos como sustentar nossas famílias, por isso tem tanto caminhão velho e sem
condições rodando por aí.”
A Confederação Nacional de Transportes Autônomos (CNTA) afirmou
desconhecer a paralisação. Procurada, a Associação Brasileira de Caminhoneiros
(Abcam) informou que ‘não apoia qualquer nova paralisação da categoria no atual
momento’. “Não encontramos nenhum indício de adesão por parte da categoria,
seja em conversa com outras lideranças, seja nos grupos de WhatsApp ou redes
sociais. Entendemos que o momento é de manter o diálogo com a equipe de
transição do novo governo para que possamos dar continuidade às negociações
feitas pela categoria.”
A greve de maio, que paralisou o país, mostrou que os
caminhoneiros são pulverizados e não têm uma representação única. Schmidt diz
que os autônomos não se sentem representados pela CNTA nem pela Abcam. “Na
estrada ninguém quer saber de sindicatos ou entidades. Entidades que são
criadas por uma pessoa que vai morrer dirigindo essa instituição.”
Por e-mail, a ANTT informou que ‘desconhece o suposto aviso de greve e
mantém constante diálogo com a categoria dos caminhoneiros e demais entidades
envolvidas nesta questão’. Em outubro, a agência informou
que a tabela de piso mínimo de frete estava em vigor e, por isso, tinha
intensificado as fiscalizações.
Várias entidades de representação da agricultura e indústria
reagiram contra o tabelamento e foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
pedir a inconstitucionalidade da medida. O ministro Luiz Fux, relator do tema,
disse que levaria o assunto para a apreciação do plenário – não há data para
isso acontecer.
Lei da jornada
Como alternativa à tabela de frete, Schmidt defende a
regulamentação da lei que estipula uma jornada máxima de trabalho dos
caminhoneiros. “Nenhuma outra solução será tão eficaz e definitiva quanto essa.
A lei já existe, já está sancionada e publicada. Basta o governo fazer cumprir.”
Pela lei, a jornada dos motoristas profissionais é de oito horas
diárias, sendo permitidas até duas horas extras. Em caso de medida acertada em
convenção ou acordo coletivo, o total de horas extras pode subir para quatro
por dia.
“Hoje, todos trabalham em média dezesseis horas diárias. Alguns
rodam três ou quatro dias seguidos sem dormir, pois, acham que a solução da
baixa rentabilidade é trabalhar mais. Daí que ocorrem os acidentes. Imagina
como está no final do dia um profissional que trabalhou dezesseis horas”,
questiona Schmidt.
Fonte: Revista VEJA

É melhor comecar a estocar gasolina kkkkk vamos ficar sem😂😂
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