Uma lei que proíbe a utilização de animais para testes de cosméticos
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| Lei que proíbe uso de animais em testes para cosméticos e materiais de limpeza é sancionada em PE — Foto: Guilherme Almeida/CMPA Foto: G1 |
Uma lei que proíbe a utilização
de animais para testes de cosméticos, perfumes e outros materiais de higiene
pessoal e de limpeza foi sancionada pelo Governo de Pernambuco.
Descumprimentos
podem render multa de até R$ 100 mil, além de suspensão temporária da atividade
da empresa, cassação da licença do estabelecimento e apreensão dos produtos e
animais utilizados.
A medida, que altera o Código
Estadual de Proteção aos Animais do estado, foi publicada no Diário Oficial desta
sexta-feira (7) e entra em vigor em 90 dias.
A lei estipula que os valores
arrecadados através das multas devem ser utilizados para custear ações e
campanhas de conscientização da população sobre a guarda responsável e os
direitos dos animais. Instituições, abrigos sanitários e programas estaduais de
proteção, bem-estar e castração dos animais também devem ser beneficiados.
A notícia foi bem recebida pelos
órgãos de proteção dos animais, como a Associação dos Protetores de Animais de
Pernambuco (Apape) que luta pelos direitos dos bichos e resgata animais de rua,
promovendo adoção através de uma rede de voluntários.
A Apape vem participando de
debates com o poder público sobre o assunto e lançando campanhas de boicote a
empresas que utilizam animais para testes. "Estamos em um mundo em que a
tecnologia já está bem avançada e ela deveria ser utilizada para substituir
essas formas de testes de produtos", afirma a secretária executiva da
associação, Mônica Almeida.
A representante da Apape
acredita, ainda, que a punição pelo descumprimento da lei foi bem definida. O
valor varia de R$ 1 mil a R$ 100 mil, a depender da gravidade da infração. Em
casos de reincidência, a multa pode ser aplicada em dobro.
"É muito sofrimento para os
animais passarem por esses testes, que são sempre feitos na pele ou nos olhos.
Causam feridas, machucados e muitas vezes necrose. Até que, finalmente, a empresa
encontre o seu produto ideal. Por isso essa lei é uma vitória. É um degrau que
estamos subindo em uma longa escala pela causa animal", aponta.
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| A Associação dos Protetores de Animais de Pernambuco (Apape) acolhe animais de rua, oferece acolhimento e tratamentos e busca protetores com interesse em adotá-los — Foto: Divulgação/Apape Foto: G1 |
Outras mudanças
Apesar
de comemorar a lei, a Apape afirma que ainda existem outros direitos dos
animais que precisam ser atendidos pelo poder público. Um deles é a proteção e
o cuidado com os animais de rua. "Hoje os protetores estão fazendo o
serviço que é do poder público. Tem protetor que cuida de mais de 100 animais.
Isso é dever do governo", afirma a secretária-executiva da Apape.
Uma das ações necessárias para
proteção dos animais de rua, segundo Mônica Almeida, é a aplicação das vacinas
AV-8 e AV-10 para animais de rua. "Eles já vacinam contra raiva, mas ainda
não fazem contra várias doenças. A AV-8 e AV-10 são vacinas que protegem contra
dois conjuntos de oito e 10 doenças, entre elas sinomose, hepatite e
leptospirose", destaca Mônica.
Outra lei que a Apape luta para
que seja aprovada é a proibição de carroças de tração animal. O grupo, no
entanto, aponta que essa é uma medida que deve ser realizada progressivamente e
com um programa maior, que envolve oportunidade e assistência aos carroceiros.
"Tem carroceiro que viveu a
vida inteira em cima de uma carroça. A gente não quer tirar o ganha pão da
família deles. Mas é preciso uma solução que ajude os dois lados. É preciso
talvez um programa de profissionalização que os ajude a conseguir outras
profissões ou incentivar a devolução espontânea do animal pelo dono, com a oferta
de uma carroça com bicicleta e cestas básicas para ajudar", exemplifica a
secretária executiva.
Fonte: G1


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